Como as Constelações Familiares podem ajudar os Profissionais da Ajuda

Se você ainda não conhece as Constelações Familiares, ela é uma abordagem terapêutica, que permite olhar o ser humano em sua totalidade, observando de um modo sistêmico, como as relações familiares atuam em sua vida.


Esta poderosa ferramenta, ajuda não apenas o paciente em questão, mas também aquele que dedica sua vida a cuidar de quem tanto precisa de apoio – médicos, terapeutas, enfermeiros, psicólogos, professores, psiquiatras, orientadores vocacionais e demais profissionais da ajuda.
Mas, para que toda essa engrenagem funcione como deve, Hellinger aponta a necessidade de manter a observância das três leis da vida que nomeia em seu trabalho como “ordens do amor” sendo elas: a lei do pertencimento, da ordem e do equilíbrio. Ele alerta, que a arte da verdadeira ajuda, prestada aqui, nesse contexto pelos profissionais da saúde, deve contemplar uma postura que favoreça seu exercício. Assim, nos apresenta, as ordens da ajuda.
Através das ordens de ajuda, o profissional poderá servir mantendo-se saudável e mais eficiente; pois, de nosso lugar temos força.
A seguir, vamos entender melhor sobre as Ordens de Ajuda.

Ordem da ajuda 1 – Dar apenas o que se tem, e pegar para si somente o que se necessita.

É uma troca equilibrada entre o que cuida e aquele que está sendo cuidado. Essa ordem exige presença, humildade, coragem e respeito.
Como profissional de ajuda, só posso dar aquilo que é de minha competência, portanto, saber o limite, até onde se deve e se pode servir é fundamental. Não somos salvadores de quem servimos. Somos ponte para o processo que pertence ao cliente. Quando servimos em equilíbrio, possibilitamos que o cliente desenvolva sua consciência e escolha ou não, utilizar seus próprios recursos para sua recuperação. Utilize-se da força que possui, ainda, que pareça estar desprovida dela pelo momento em que está vivendo.

Ordem da ajuda 2 – Submeter-se às circunstâncias é reconhecer a realidade e suas limitações.

Quem cuida precisa compreender que o local do protagonista não é dele. Dessa maneira, deve-se abster de impor ao cliente sua verdade e suas ideias como única referência de saúde para ele.

Diante do destino do cliente, o profissional de ajuda deve se curvar respeitosamente. De seu lugar, o profissional oferece o que é possível, a partir de sua competência, mas sem negar a realidade do que se mostra ou tentar subvertê-la a qualquer custo.
A postura que ultrapassa o lugar do profissional e o limite do cliente, além de desrespeitosa é ineficaz. Acompanhar com respeito o que se mostra e aceitar seus limites como profissional e os limites do cliente, é essencial.

Ordem da ajuda 3 – Colocar-se como um adulto diante de outro adulto.

Quando o cuidador olha para seu cliente como um indivíduo adulto, que possui suas potencialidades e capacidade de lidar com suas dificuldades e dores, potencializa nele a percepção de sua verdadeira força. Dessa forma, o cliente se colocará como responsável por sua recuperação.
O bom profissional sabe que quem tem a chave da saúde é o cliente.

Ordem da ajuda 4 – Focar no sistema como um todo.

É papel daquele que fornece a ajuda, olhar o indivíduo em seu contexto como um todo. Ele é parte de um sistema que atua sobre sua saúde e sobre sua doença.
Os movimentos invisíveis que agravam os quadros de doenças, se mostram quando olhamos o indivíduo em um contexto mais amplo. Assim, os caminhos de solução se tornam mais claros.

Ordem da ajuda 5 – Amar a cada ser humano do jeito que é.

O cuidador precisa se abster de quaisquer sentimentos pela situação em que o cliente está imerso, ou seja, aceitar o destino do cliente com respeito. Dessa forma terá condições de lidar com o que se mostra com isenção de intenções, com clareza e assertividade.
Essa postura respeitosa é uma importante forma de amar. Porém, talvez, seja o maior desafio para um profissional da ajuda, por causa da sua humanidade empática. Mas, o que tem que ser feito é amar o que se mostra, amar o que é, como é, seguir o que é possível e liberar com respeito, o que não é possível, ainda, negociar ou mudar.

A prática das ordens de ajuda desenvolve uma postura essencial para que o tratamento terapêutico tenha êxito.

A mudança de postura, daquele que salva para aquele que serve, é necessária para que o profissional da ajuda se torne um facilitador no processo de recuperação do quadro sintomático ou patológico do cliente. Assim, o cliente ao reconhecer sua potencial força, poderá transformar sua dor em recursos e se liberar de seus males!

Nossa saúde sob a influência dos nossos relacionamentos familiares.

Como seres sociáveis, nossa construção de personalidade é influenciada pelas relações e experiências familiares da qual estivemos inseridos. Logo, nossa saúde – física e mental – também demonstra reflexos dessas influências que definem nossa formação. Considerar tudo isso e levar o cliente a olhar para a sua vida de um sistêmico, é uma tarefa desafiadora! Porém, desafia tanto aos profissionais da ajuda quanto ao cliente. No entanto, expor-se com coragem, sem heroísmo a essa tarefa é o caminho recomendado pelas Constelações.